domingo, 9 de setembro de 2007

Valores Franciscanos

VALORES FRANCISCANOS

Uma das dificuldades da axiologia ou teoria dos valores está em que suas diversas escolas não estão ainda de acordo, e não empreenderam um trabalho de equipe, visando a uma síntese construtiva.

Em segundo lugar, a dificuldade da conceituação está também em que tal síntese deve abranger todos os valores e estes apresentam uma imensa dispersão: a honra, o dinheiro, o belo, o dever, o direito etc.

A definição de valor deve ser de tal ordem que convenha a todas essas categorias axiológicas.
Conceitua-se valor como uma relação, um produto entre o sujeito dotado de uma necessidade qualquer e um objeto ou algo que possua uma qualidade ou possibilidade real de satisfazê-lo.
O Valor ou Validade dos Valores Que há valores, não pode ser negado. A verdade é que tomamos contato com as coisas não só pensando-as, como valorando-as. Atribuímos valor a muitas coisas na vida, como por ex., à saúde, ao dinheiro, etc., e a essas coisas, assim valoradas, chamamos constantemente valores.

Algumas só valem para certos indivíduos e não para outros. São estes os valores que podemos designar como individuais e subjetivos, como, por exemplo, os valores de certos colecionadores especializados. Outros são os valores que podemos designar como subjetivos gerais. Estes são valores não apenas para indivíduos determinados, mas para toda a espécie humana.

Trata-se de coisas, em suma, que são efetivamente valoradas duma maneira positiva pelas pessoas; por exemplo: os alimentos, a saúde, o vestuário, etc. São valores que interessam ao homem como ser natural e que constituem a classe dos chamados valores inferiores ou puramente sensíveis.

"Não há valores senão para um sujeito"

Classificação de Valores Podemos clasisificar os valores sob um duplo ponto de vista:

1 - formal
2 - material.

No ponto de vista formal, os valores dividem-se: 1. Positivos e negativos. Valor positivo é aquele que mais geralmente costumamos designar pela expressão pura e simples de valor, O conceito de valor é geralmente usado numa dupla acepção: umas vezes, entende-se por esta palavra o valor em geral; outras vezes entende-se só ó seu aspecto positivo contraposto ao negativo. Ao valor positivo contrapõe-se o negativo, chamando-se então a este, mais propriamente, desvalor. Como já vimos, esta polaridade pertence à própria estrutura essencial da ordem axiológica.

2. Valores das pessoas e valores das coisas, ou valores pessoais e reais.
Valores das pessoas, ou pessoais, são aqueles que só podem pertencer às pessoas, como os valores éticos.

Os Reais (de rei) que aderem a objetos ou coisas impessoais, como os das coisas ditas valiosas, designadas mais geralmente pela expressão bens. 3. Valores em si mesmos, ou autônomos, e valores derivados de outros ou dependentes.

O valor em si reside na sua mesma essência; possui este caráter com independência de todos os outros valores; não depende deles; não é meio para eles.

Contrapõe-se-lhe o valor derivado. Este segundo, como a palavra está dizendo, já não deve a si mesmo o seu caráter de valioso, mas tira-o de um outro valor. É-lhe peculiar o achar-se sempre referido a outro, a outros. Se não fossem estes, deixaria de ser valor. Os valores a que ele se refere são os valores em si mesmos.

Como todos os valores se acham referidos a um sujeito — o sujeito humano - o homem — e este é, antes de qualquer coisa, um ser constituído por sensibilidade e espírito, daí poder-se classificar imediatamente todos os valores nas duas classes fundamentais de: valores sensíveis e valores espirituais.

Os primeiros referem-se ao homem enquanto simples ser da Natureza; os segundos, ao homem como ser espiritual.

Valores sensíveis

A esta categoria pertencem: 1. Os valores do agradável e do prazer. Ela abrange não só todas as sensações de prazer e satisfação, como tudo aquilo que é apto a provocá-las (vestuário, comida, bebidas, etc.).
A Ética que apenas conhece estes valores chama-se geralmente Hedonismo.

2. Valores vitais ou da vida. São aqueles valores de que é portadora a vida, no sentido naturalista desta palavra, isto é, o Bios. Cabe aqui o vigor vital, a força, a saúde, etc. Como se sabe, foram estes os valores que se reputou os mais elevados de todos na sua escala axiológica, como os únicos mesmo.

É ao que se chama também Biologismo ético ou Naturalismo. 3. Valores de utilidade. Coincidem com os chamados valores econômicos. Referem-se a tudo aquilo que serve para a satisfação das nossas necessidades da vida (comida, vestuário, habitação, etc.) e ainda aos instrumentos que servem para a criação destes bens.

Valores espirituais

Estes se distinguem dos valores sensíveis, no seu conjunto, não só pela imaterialidade que acompanha a sua perdurabilidade, como pela sua absoluta e condicional validade.
Muitos filósofos que encaram os valores só por este último lado, identificando-os por isso com o conceito de simples valer ou validade formal, pretendem que só os valores espirituais são verdadeiros valores.

À categoria dos valores espirituais pertencem: 1. Os valores lógicos. Quando se fala em valores lógicos, é preciso ter presente que se podem entender por esta expressão duas coisas distintas:
1.1 - a função do conhecimento — o saber, a posse da verdade e o esforço para a alcançar;
1.2 - e o conteúdo do conhecimento.

No primeiro sentido, é óbvio que podemos falar com todo o direito em valores lógicos ou no valor do conhecimento. Contrapor-se-lhe-ão, como desvalor lógico, a ignorância, o erro, a falta de interesse pela verdade, a ausência de esforço para a alcançar, etc.

Mas a expressão valor lógico pode também significar o próprio conteúdo do conhecimento. E neste segundo caso, é valor lógico tudo aquilo que cai dentro do par de conceitos: verdadeiro-falso. 2. Valores Éticos, ou do bem moral. Destes podem dar-se as seguintes características essenciais:

a) Só podem ser seus portadores as pessoas, nunca as coisas. Só seres espirituais podem realizar valores morais. Por isso, o âmbito destes valores é relativamente restrito. b) Os valores éticos aderem sempre a suportes reais.

c) Os valores éticos têm o caráter de exigências e imperativos absolutos. Deles despreendem-se sempre um categórico tu deves fazer, ou tu não deves fazer isto ou aquilo; exigem, imperiosamente, que a consciência os atenda e os realize.

d) Os valores éticos dirigem-se ao homem em geral, a todos os homens; são universais; a sua pretensão a serem realizados é universal.

3. Valores estéticos, ou do Belo. Incluímos aqui no conceito de belo, no mais amplo sentido desta palavra, o sublime, o trágico, o amorável, etc. Algumas das características desta espécie de valores foram já acima mencionadas, ao fazermos o seu confronto com os valores éticos. As mais marcantes são as seguintes:

a) o belo não adere apenas a pessoas, mas também a coisas. Quaisquer objetos, vivem ou morto, de natureza material ou espiritual, real ou ideal, pode tornar-se suporte de um valor estético.

b) o valor estético reside essencialmente na aparência. A realidade estética é sempre uma realidade aparente. Isto encontra a sua explicação no fato de o valor estético ser um valor de expressão, em oposição ao valor ético que é sempre& um valor de ação.

Sobre os Valores Humanos: Uma Hierarquização Empírica

Falar de valores humanos significa, sobretudo, destacar do homem, a capacidade de produtor da realidade construída a partir de uma consciência do que valoriza e transmite, realiza e transforma.

Pela sua especial inteligência em relação aos animais, a sua mente ocupou-se também na construção de princípios que lhe permitissem estabelecer uma distinção entre o bem do mal até mesmo como forma de estabelecer um caminho para a busca do seu ideal de realização da felicidade.

Como ensina a Axiologia, a aceitação ou não, a apreciação ou, em suma, a avaliação de qualquer objeto, toma o valor como critério subjetivo, intersubjetivo ou objetivo de avaliação.

Compreende-se, assim, que os valores humanos, como ingredientes básicos de uma cultura, mudam de conformidade com a idiossincrasia política do Estado ou da sociedade que os produzem.

É pacífico, portanto, admitir que os valores humanos são tão antigos quanto a própria espécie humana, até mesmo porque assim o demonstram os achados pré-históricos dos diversos grupos humanos na face da terra.

Considerações Finais

A valoração é fruto do socius, da cultura que o reproduz e, sobretudo, do esforço do homem em transcender-se a si mesmo e à sua situação histórica.

A origem do valor humano está na origem do homem, e conformam-se as duas, na estrutura da moral e, mais tarde, da ética que, por sua vez, embasa o Direito como valor ancorado num outro valor qual seja a Justiça como fim do Direito.

Por outro lado, é visível no mundo todo o grande desafio para a humanidade no momento, qual seja, o de resgatar valores esquecidos ou adaptar-nos aos novos valores. Eis o desafio tanto para o Estado como para a sociedade. Afinal, vivemos uma quebra acelerada de paradigmas, jamais antes vista. Mas há que compreender, que jamais antes tivemos o avanço tecnológico de que hoje dispomos, nem o quase descontrolado crescimento demográfico.

VALORES EVANGÉLICOS

Justiça - Misericórdia - compaixão caridade – amor

VALORES PRÓPRIOS DO FRANCISCANO

Fraternidade – ser irmão – ter grandeza de alma – ser comedido – humildade e simplicidade - ser serviçal – prodigalidade – gentileza – cortesia – segredo - pobreza –Dialogo inter-religioso - alteridade - espiritualidade e libertação - integração entre o feminino e masculino -- cuidado - paciência - cordialidade – minoridade - beleza – bondade – sabedoria – ternura – alegria – serviço – entendimento humano com o sagrado – promoção da cultura e da paz – abertura para o diferente – superação da discriminação e preconceito – postura ética –respeito a dignidade da pessoa humana.

Fraternidade – é a igualdade da mesma família franciscana, embora com serviços e ministérios diferentes nas ordens e congregações. É a condição de filhos do mesmo Pai.

Fraternidade não quer dizer uniformidade ou igualitária a fraternidade, mas se baseia num pluralismo que pode conviver, mesmo com as diferenças individuais de caráter, talento e costumes.

Apesar da fraternidade ser um fundamento importante, mas não deixa de apresentar dificuldades. Na família, ordem ou congregação, entendo ser talvez um dos lugares mais difíceis da viver a franciscanismo.

Nem sempre os projetos comuns traduzem uma harmonia de vida diária. Estamos longe do paraíso. As vezes queremos que os outros sejam como nós ou como nos convém. O viver em fraternidade não é um fato acabado, mas um continuo processo e formação e aprendizado.
A fraternidade é inter-relacional. O EU se completa no OUTRO. É um amoldar-se constante e para isso é necessário a disposição pessoal para abertura consigo mesmo e para com o outro.

Isto tudo é questão de consciência, de amadurecimento espiritual, de ser verdadeiro na comunhão e na partilha. Fraternidade não se faz com palavras e poesias, mas também com efetivação de atos.

Em isto acontecendo estamos dando os passos como irmãos, no caminho do religioso, da mística e do altar.

Os fundamentos espirituais sólidos são estendidos a toda família franciscana e a todas as criaturas.

Francisco viu entre as pessoas uma relação horizontal

Ser Irmão – é colocar todos no mesmo plano e na dignidade. Francisco teve uma dimensão muito grande para com o irmão: o leproso; o lobo de Gubio; os ladrões de Monte Casele; doentes; o fogo quando da cauterização dos olhos( irmão fogo não peço que você me queime porque sua natureza é queimar. Peço apenas que tenha misericórdia de mim e que em possa suportar sua violência.
Irmão fogo! Queime em mim e me cure); a morte chama de irmã, as ervas dadinhas. A relação com o irmão era de amor,cão, abraço e carinho.

Ser irmão é ser menor. Francisco faz isso e coloca ao lado dos menores na sociedade. Francisco não está mais no mundo medieval, mas entre nós.

Ter Grandeza de Alma – esta grandeza se manifesta na fidelidade ou lealdade. Fidelidade é igual a obediência. Obediente não é ser subserviente, mas aberto para escutar.

Ser Comedido – nas atitudes. Não ser estrelismo. evitar palavras grosseiras e agressivas para com o outro. Não falar mal do outro (nunca vi um franciscano falar mal, caluniar outro irmão).
Humildade e Simplicidade – ser transparente. Não ser orgulhoso. Orgulho é um distúrbio e comportamento. A ausência do e o começo da verdade. O orgulho é o começo da ilusão. Orgulho é considerar-se o que não se é. É identificar-se com uma inchação. Conceber importância o que secretamente sabemos ser irrisório. O orgulho anda sempre a procura de reconhecimento. Vive no temor e na preocupação de perder a importância.

O humilde é o que é. Livre da preocupação de aparecer (principalmente de ser humilde). No humilde os elogios não provocam reação de envaideci mento.

A pessoa orgulhosa aprisiona todas as coisas no seu olhar. A pessoa humilde é verdadeira. Está aberta para o outro.

Exemplo Evangélico: Lc 14, 8-11. Se alguém convidar você para uma festa de casamento, não ocupe o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que voce; e o dono da casa, que convidou os dois, venha dizer a você: Dê o lugar para ele. Então você ficará envergonhado e irá ocupar o último lugar. Pelo contrário, quando você for convidado, vá sentar-se no ultimo lugar. Assim quando chegar quem o convidou, ele dirá a você: Amigo, venha mais para cima E isso vai ser uma honra para você na presença de todos os convidados. De fato quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado.

Alguém pode está pensando: o humilde é um bobo, e as vezes pessoas acreditando serem espertas, cometem pequenos deslizes querendo tirar proveito da situação (e na maior cara de peroba). Ex. furar a filha da refeição; até furar a fila da comunhão. É não ter consciência dos seus limites.

Pois o humilde é um forte, consciente de seus atos responsavelmente; tem um respeito próprio e consequentemente pelos outros.

Serviçal – é ser disponível, principalmente quando tem condição para isso. Por as vezes a pessoa pode mas se nega. Está a serviço e quem está no melhor de si mesmo é sempre generoso.
Francisco fez isto e esta atitude representou uma critica ao sistema feudal hierarquizado do suserano ao súdito, do senhor ao servo. Francisco assume a função de servo.

Ser servo é ter total disponibilidade, colocando-se junto com a realidade e não acima dela.

Prodigalidade – pródigo é aquele que dispõe dos bens. Não é dispor por questão patológica (no direito), mas disponibilidade de dar e receber desinteressadamente, sem visar lucro ou tirar qualquer vantagem. É uma contraposição a avareza, a ser miserável. A ter apego a bens e fazendo deles a razão principal da vida.

Gentileza – atencioso com as pessoas ( falando com uma pessoa e ela não está dando a menor atenção) , educado, bem trabalhado.

Cortesia – é expressão de um sentimento interior. É relacionamento de respeito. Transparente. Sincero (sim = sem + cera = mascara). Tratamento amável, seguro.
Francisco afirmava que a cortesia é divina. Deus é cortês por dar o sol e a chuva aos bens e aos maus, justo e aos injusto.

A palavra cortes deriva de corte, de gesto refinado. Os frades eram pobres, fedorentos, vestiam-se mal, passavam fome, mas eram refinados. Esta contradição causava admiração a população.
Cortesia não é saber andar (miss – modelo – desfile), comer, comportar-se. Não é boas maneira. É algo de dentro, nasce da experiência de Deus. É a vibração da sintonia com o outro.

A cordialidade é o caminho orientado pelo coração. Em cada passo devemos ser orientados pelo coração. Em determinados momentos devemos parar para ouvir a voz do coração. Nem sempre se pode ajudar alguém, mas podemos caminhar ao lado.

Amigo bom e fiel vale mais que um tesouro. A mística da cordialidade depende do olhar do coração de cada um. A cordialidade tem como exemplo o lava pés.

Cordialidade implica também em um SIM. Este sim não é só moral social, mas um enamoramento. Enamorar significa está na morada. No ser do outro. É comungar o mesmo projeto. Esta é a mística esponsal.

Segredo – precisamos acreditar no que está oculto. Quem foi tocado pelo amor guarda segredo. É comunhão de duas almas. É sintonia intima. É saber ouvir, mas nem todo mundo está preparado para ouvir. É ter sigilo. (diferença entre segredo e sigilo).

Pobreza – hoje o conceito de pobreza é aquele que não tem, porque nossa referencia é o ter. É rico quem tem.

Mas a pobreza é a capacidade de dar cada vez mais. Quanto mais a pessoa de dar (doa), quanto mais a gratuidade, mais o amor, mais livre fica a pessoa e mais ela tem satisfação interior. Para Francisco a pobreza era preciosa.

O conceito de pobreza para o fraciscanismo é diferente da lógica do ter humano, na qual quanto mais a pessoa dar menos tem. Na lógica do ser é diferente,quando mais a pessoa dá e se dá mais, ela é e tem em humanidade e cordialidade.

A abertura para o outro é forma de enriquecimento, ou seja, quando mais a pessoa se dou mais rica fica. Assim, pobreza e esta disponível.

O que se interpõe entre as pessoas é o interesse, portanto, quanto mais e afasta o interesse, mas a pessoa fica próxima da outra. Assim, o dinheiro, a acumulação de riqueza, o estudo, a sabedoria são formas da pessoa estar separada da outra.

Há uma forma de riqueza que a pessoa faz questão de ostentar: eu estudei, eu sei, eu faço isto e aquilo. É a inflação do EU. Esta é uma forma de está separado do outro e por isso deve esta descartada.

Existe outra forma de riqueza sutil: a pessoa se trabalha espiritualmente, reconhece seus avanços espirituais, se santificou, se sente a mais virtuosa de todas as pessoas. Isto cria uma barreira entre as pessoas.

Dialogo inter-religioso – o cristianismo nunca se considerou a religião de um povo., de uma região ou de apenas parte da humanidade, admitindo que Cristo é o sentido ultimo da existência humana e sua finalidade plena, isto o transpõe a tempo, espaço, cultura, reivindicando assim, uma universalidade salvifica.

O mais importante não é o conceito de religião, mas de fé. Fé no sentido bíblico é entregar a vida a Deus. Assim, o sentido de minha vida vem de fora – Deus. Deus acolhe a cada um do jeito que a pessoa é. A fé do ponto de vista cristã se espelha em Cristo.

Cristo não veio trazer uma doutrina, não escreveu livros, criou escola, ELE veio nos ensinar uma maneira de vida e isto é o que chamamos de religião.

O dialogo pode trazer:

a) enriquecimento pessoal.
b) construir comunidade.
c) se começa a distinguir a própria fé.
d) o crescimento da nossa espiritualidade.

Alteridade - A palavra alteridade, que possui o prefixo alter do latim possui o significado de se colocar no lugar do outro na relação interpessoal, com consideração, valorização, identificação e dialogar com o outro.

A pratica alteridade se conecta aos relacionamentos tanto entre indivíduos como entre grupos culturais religiosos, científicos, étnicos, etc.

Na relação alteritária, está sempre presente os fenômenos holísticos da complementaridade e da interdependência, no modo de pensar, de sentir e de agir, onde o nicho ecológico, as experiências particulares são preservadas e consideradas, sem que haja a preocupação com a sobreposição, assimilação ou destruição destas.

A prática da alteridade conduz da diferença à soma nas relações interpessoais entre os seres humanos revestidos de cidadania. Pela relação alteritária é possível exercer a cidadania e estabelecer uma relação pacífica e construtiva com os diferentes, na medida em que se identifique, entenda e aprenda a aprender com o contrário.

Espiritualidade e Libertação – a espiritualidade tem com objetivo último a libertação das pessoas A espiritualidade é uma adesão pessoal a um projeto de vida a ser vivido em comum por um grupo, ou seja, no coletivo.

Os cristãos possuem espiritualidade assim como os mulçumanos, budistas. No cristianismo – católico, anglicano, luterano, ortodoxo, cada um vivendo sua espiritualidade.

Ainda, dentro da mesma congregação existem grupos vivendo diferentes projetos.
Desse modo a espiritualidade é o modo de viver o projeto no qual acredita. É o jeito de viver o evangelho.

A espiritualidade é em si mesmo libertadora. Em tendo o franciscanismo uma espiritualidade, conclui-se que a espiritualidade vivida e ensinada por Francisco é também libertadora. (da vaidade, egoísmo, materialismo, violência etc).

A tradição do franciscanismo tem na espiritualidade seguir Jesus e devemos assumi-la porque é nossa. Seguir Jesus significa assumir suas causas, adotar suas atitudes, viver segundo o Espírito. A espiritualidade nos interpela a assumir o projeto de libertação interior e aplicá-la no cotidiano.
Na época de Francisco a espiritualidade estava sob a imposição do poder, da guerra.
Hoje vivemos a espiritualidade sob o culto da imposição do mercado estimulando a escravidão das consciências para tornarem as pessoas consumidoras desse mercado.

Atualmente a exclusão por quem não produz e consome. O mercado coisifica as pessoas tornando-as anônimas e numerando-as na massa. É mais um.

Aqui está o grande desafio porque não podemos ficar distantes dessa realidade, sem compromisso com a caminhada de Jesus.

Atualmente percebe-se um despertar muito forte pela espiritualidade. As pessoas buscando viver a experiência do sagrado. A exemplo também, das comunidades alternativas.

A espiritualidade é a motivação, a paixão, o ideal e a mística pela qual se vive e se luta. Assim alguns são contagiados, seduzidos pelos valores da cultura, do capital, do evangelho.

Espiritualidade é vida e vida não se ensina se experimenta. Assim somos todos chamados para através e Francisco experimentar o Espírito de Jesus por meio do seguimento do seu projeto.

Nem todo o mundo é cristão. Adeptos de outras religiões convivem ao lado do cristianismo. E essas pessoas, às vezes, têm uma vivencia ética mais profunda que muitos cristãos. O mesmo se pode dizer do indiferentismo religioso, quando pessoas vivendo a margem da religião, sendo exemplo de vida familiar, na ética profissional, no comportamento pela paz de justiça.

Hoje o que pode salvar o mundo é o valor em todos os setores da vida: valor religioso, profissional, político. Hoje as atividades profissionais estão se tornando a forma de ter sem critérios recomendados de valores. A política é a profissão de levar vantagem. São pouquíssimos os políticos preocupados pelo bem comum.

Estamos passando por uma crise de valores.

2 comentários:

RYASMIM disse...

É um artigo muito interessante prof° Castro. Me trouxe muitas informações sobre os franciscanos. É muito interessante o modo de vida deles e também a sua filosofia de vida e seus princípios religiosos. Bela pesquisa.
Prof°, volte logo para a 1ª Vara da Família:ela não é a mesma sem voçê.
Beijos.
Ryasmim.

RYASMIM disse...

OI!