quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Semana de Filosofia - Abertura

Professor. Chefe do DEFIL
Professor: Coordenador do Curso

Srs. Professores, alunos senhores,


Cumpro a satisfatória missão que me foi confiada pela coordenação da Semana de Filosofia, para proferir a abertura deste evento, período 2003

Que direi, portanto, aos que aqui me ouvem? Uma mensagem de esperança ou um vaticínio? Usarei a linguagem cifrada dos ciganos que, na leitura das mãos ou dos baralhos, sempre vêem a buena dich - boa sorte – “de dinheiros grandes pela porta da rua” ou o prognóstico sibilino dos nossos atuais governantes que hoje nos apontam o quadro dantesco de dias piores para a educação?.


Não, meus amigos! Não farei o auguro silibino de Francis Fukuyama para prever como ele o fez – O fim da História e o último Homem - Também não repetirei a necessária “buena dich” dos ciganos, no lisonjeio do afã de agradar a clientela que me ouve.

Pretendo trazer a lição da história, naquilo que ela se repete, não idêntica, mas anologicamente, tal como uma espiral cujos contornos superiores descrevem, em geométricas linhas proporcionais as circunvoluções do seu traçado anterior.


Na verdade me situo entre os otimistas racionais e ponderados, diferente, portanto, daqueles que colocam o otimismo como princípio de caráter absoluto, ao ponto de rotularem os problemas da atualidade histórica com a tarjeta ingênua de que tudo não passa de simples miragem social.

Também não cairei no exagero quixotesco de transformar fatos reais em fantásticas visões do imaginário medieval.

Com estas considerações, não se pode negar que vive hoje o curso de Filosofia mais um singular momento de felicidade e, por que não dizer de orgulho, ao realizar mais uma semana de Filosofia.

Razão pela qual, que solenizar-se abertura deste evento, que transcende pelo seu significado e conteúdo, a uma assembléia departamental e ao contato normal de sala de aula.

É sem dúvida uma semana esta de trabalho, e assim tem sido, que já se fez rotineira e adquire foros de acontecimento filosófico em nosso curso de Filosofia, prestigiado pelos alunos, professores do curso e de outras IES e , administração da UFMA ante a expressiva participação dos que militam no contexto da Filosofia.

Em verdade, que os eventos desta natureza, têm proporcionados a todos, o aprendizado, a discussão e o aprimoramento do debate acadêmico pelos temas e problemas que caracterizam cada semana, evidenciando desse modo, o respeito e a seriedade do curso e dos que a ele administra, para com a classe estudantil e a comunidade acadêmica.

Ao Professor XXX, que nos enriquece com sua estada e pela disponibilidade de conviver conosco nestes dias o saúdo na pessoa do XXXX e aos não menos ilustres participantes cuja presença aumenta o brilho desta cerimônia, aos agradecimentos do Curso de Filosofia, que com certeza, ratifica a chancela neste momento, mais uma etapa em sua historiografia.

Senhores, não se sabendo, ao certo, ainda nos dias correntes, em pese ao avanço da ciência e tecnologia, a exata e científica origem do homem na face deste planeta, nem quantos bilhões, milhões ou milhares de anos e ser humano habita nossa terra, é consabido, não obstante, que num determinado átimo do tempo, o homem tomou ciência e consciência, dominou os demais seres, passou a governar o mundo e interpretá-lo filosoficamente. Nisto não temos dúvidas.
Foi assim na Grécia antiga quando a visão mítica do velho mundo micênico foi substituída pala cosmovisão racional dos pensadores.

Embora em menor escala, como fenômeno histórico especialmentelocalizado, a revolução francesa constitui-se, também, um terremoto sócio – cultural, ocorrido no bojo de processo de mudanças do – ancien regime - característico das velhas monarquias européias – pelo novo paradigma do Estado democrático moderno, de governos constitucionalístas e liberais que substitui a nobreza semifeudal pela burguesia capitalista e os governos monárquicos e uma nova leitura filosófica.

Vê – se, nestas primeiras linhas, que a origem do poder e do conhecimento deve ter a idade do próprio ser humano, e suas formas têm os matizes e as raízes da evolução do pensamento nas suas mais variáveis vertentes, daqueles que foram nossos antecessores.

Sem cair em afirmação pretensiosa, a filosofia, sem dúvida tem contribuído, de modo efetivo, para o deslinde da história da conquista do poder, da investigação científica, do avanço da tecnologia, do conhecimento humano, da liberdade individual e coletiva, em fim, da vida.

Primeiro, a borduna, o arremesso de pedras, a guerra entre arqueiros, as catapultas com bolas besuntadas da azeite e fogo, os canhões, morteiros, bombas, tanques, aviões, navios torpedeiros, artefatos nucleares e outras armas de destruição, a água, o ar, o fogo, o apeiron, o devenir, a virtude, o religioso etc.

Com visto, desde os primórdios, o homem concebeu a idéias de um norte de convivência, e nos estágios de sua evolução, essa busca tomou situação circunstancial a cada momento da historiografia do pensamento.

É na civilização clássica, porém, que a conquista do poder assume contornos de civilidade, e aí surgem os primeiros passos da escolha sem o mito, a magia e a religião, por aqueles que deveriam gerir uma nova forma de analisar o cosmo, não só físico, mas humano e divino.

No plano da política, apenas como ilustração, Aristóteles pode ser considerado o primeiro teórico da tripartição de poderes e Montesquieau o sistematizador dessa fundamental teoria que configurou a estrutura do Estado moderno e porque não dizer o contemporâneo, diferente da sua concepção filosófica e política, do clássico e de medieval.

Rompendo os séculos os estágios de avanço intelectual, o homem chega, neste milênio, problematizando as questões originais, de acordo com as circunstância de tempo e espaço, sob nova ótica evidentemente, ao processo da escolha de seus governantes, pelas regras da manifestação da maioria e pela livre escolha dos dirigentes públicos.

Mas ainda persistem, em pontos isolados da terra, o poder da força, da coação, embora sob certa máscara da democracia, mascarando assim, a livre manifestação do pensamento.

Mas, como dizia, as conquistas humanas acham-se hoje, em estágios avançados e, seguramente, bem melhores do que em séculos que já se foram.
Cumpre por em relevo, a título de ilustração, que correu por mais de mil anos ( Idade Média ) a teoria do direito divino dos Reis, que seriam os donos do poder de pai para filho, neto, bisneto e daí por frente, com arrimo numa frase do Apóstolo São Paulo, que disse que todo poder vinha de Deus – ommis potesta ad Dei – Por essa época o Poder dos Papas chegou ao ponto culminante, porque Rei que não fosse coroado pelo Pontífice, era impostor. Napoleão quebrou a regra e com as próprias mãos cingiu a coroa, no nascente Império que comandou.

Ocorre é que um sábio doutor da igreja, Santo Tomás de Aquino, em sua Summa Theológica, interpretando os textos sagrados, acrescentou à frase de São Paulo uma locução que mudou o rumo da história e por via de conseqüência, o pensamento político. Disse ele que todo poder vem de Deus, sim, mas pelo povo – ommis potesta ad Dei ad populum – O humanismo deve ter, nesse passo, sua primeira nascente.

Mas se é o povo o sujeito e o objeto do poder, o tempo se encarregou de consolidar

Senhoras no curso de Filosofia pontificaram professor, que seus anais tão bem registram e que sedimentaram e fizeram realidade a Semana de Filosofia, que hoje continuamos e apesar dos autos baixos, mas se mantém viva entre nós, como um evento magno.

Com base nos encontros passados, sem dúvida, este será, também, altamente produtivo, pela troca de experiências e pelo congraçamento de todos nós, que temos um só objetivo: o fazer filosofia.

Para finalizar, aproveito a oportunidade para desejar a todos uma feliz e proveitosa Semana.

Muito Obrigado.

Nenhum comentário: